quinta-feira, 6 de março de 2008

O Mar...ri e canta...e chora...


Eu queria ser o Mar de altivo porte

Que ri e canta, a vastidão imensa!

Eu queria ser a Pedra que não pensa

A pedra do caminho, rude e forte!


Eu queria ser o Sol, a luz intensa,

O bem do que é humilde e não tem sorte!

Eu queria ser a Árvore tosca e tensa

Que ri do mundo vão e até da morte!


Mas o mar também chora de tristeza...

As árvores também, como quem reza,

Abrem , aos Céus, os braços como um crente!


E o sol, altivo e forte, ao fim de um dia,

Tem lágrimas de sangue na agonia!

E as pedras...essas...pisa-as toda a gente!

Florbela Espanca

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