Terra recriada

Longe da confusão...

A aldeia de Porto da Espada e, intra muros, a vila de Marvão exibem as suas casas de branco caiadas, embora cada vez menos habitadas...

...quando um barco avança...

Não temas arriscar-te
quando um barco avança
ele equilibra-se

Refrão chinês, in "Pérolas de Sabedoria"

No Miradouro de Santa Luzia, Lisboa

Lisboa vista do Miradouro da Senhora do Monte

Namorados

Vaza-me os olhos: continuarei a ver-te,

tapa-me os ouvidos:continuarei a ouvir-te,

mesmo sem pés chegarei a ti,

mesmo sem boca poderei invocar-te.

Decepa-me os braços: poderei abraçar-te

com o coração como se fosse a mão.

Arranca-me o coração: palpitarás no meu cérebro.

E se me icendiares o cérebro,

levar-te-ei ainda no meu sangue.

Rainer Maria Rilke, Qual é a Minha ou a Tua Língua? - Cem poemas de amor de outras línguas

Sexta-feira 13!

ESTÁ A CORRER BEM O DIA E NÃO SOU SUPERSTICIOSA.

Um dia intenso em viagem ...

Mais de cem quilómetros ao fim do dia viajando entre a Serra, onde já terá havido "Minas", em Sintra, local de muito betão armado, em que os vizinhos já não se conhecem, a contrastar com
a Fonte Boa dos Nabos ou o Sobral da Abelheira, na zona da Ericeira e Mafra, onde perdura a ruralidade e as relações de vizinhança, em que os senhorios ainda conhecem os inquilinos e os defendem, defendendo-se, reafirmando o velho provérbio "entre marido e mulher ninguém meta a colher"! A mudança de mentalidades leva tempo...de facto não se faz por decreto...
Um dia intenso, ambiciosamente programado e face aos imprevistos , o horário de chegada teve de ser ultrapassado! A repetir o almoço na Ericeira, com o Mar perto!

JM

Em pose...

Safira!
Hoje calma e serena,
mas sempre alerta!

Importa agora

Somente o traço que ficou no céu
importa agora
e se foi de alegria
em cada hora
e de busca de encontro e companhia
o quererá no céu sulcar também
com renovada asa
qualquer homem por vir
as nuvens tendo por casa
as estrelas por lanterna
e em cada breve momento
a vida eterna.

Agostinho da Silva

Meditação sobre os poderes

Rubricavam os decretos, as folhas tristes
sobre a mesa dos seus poderes efémeros.
Queriam ser reis, czares, tantas coisas,
e rodeavam-se de pequenos corvos,
palradores e reverentes, dos que repetem:
és grande, ninguém te iguala, ninguém.
Repartiam entre si os tesouros e as dádivas
murmurando forjadas confidências,
não amando ninguém, nada respeitando.
Encantavam-se com o eco liquefeito
das suas vozes comandando, decretando.
Banqueteavam-se com a pequenez
de tudo quanto julgavam grande,
com os quadros, com o fulgor novo-rico
das vénias e dos protocolos. Vinha a morte
e mostrava-lhes como tudo é fugaz
quando, humanamente, se está de passagem...

José Jorge Letria

Quem se enfurece precisa de se elevar?!

Não me lembro onde li e para reflexão
aqui fica:

"Quando nos enfurecemos com os outros
é para nos elevarmos a nós próprios"

Para quê complicar
Se o silêncio ou a indiferença
São a melhor forma de simplificar

E diz o ditado popular
A carapuça serve a quem a enfiar!

JM

Ao vento...

Ao vento ...

é possível voar

sem asas ...

JM

Doces "pecados"

Há sempre bons pretextos para "pecar" comendo deliciosos doces e hoje foi caso para dizer perdoe-se o "mal" que faz pelo bem que soube!

JM